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Como o formato de tela 18:9 afeta o design e a criação de aplicativos móveis

Já se passou pouco mais de meio ano desde que foi lançado o Xiaomi Mi Mix, um smartphone que se apresentava como um telefone com poucas molduras e que foi lançado no formato 17:9. Meses depois com reclamações sobre as listras pretas que apareciam em alguns aplicativos o LG G6 foi apresentado no formato 18:9 e, posteriormente, o Samsung Galaxy S8 com formato semelhante.

Qual é o formato de tela 18:9?

Este formato é uma nova proporção utilizada em alguns smartphones como os mencionados anteriormente. Normalmente os smartphones costumam ter uma proporção de 16:9, mas estes alongaram a tela mais do que o normal. Quando você tem um terminal com essa proporção de tamanho você vê uma clara falta de frames, e é por isso que algumas empresas como a Samsung falam em “uma tela infinita”.

Essa redução de frames significa que os fabricantes adicionam mais pixels à tela, e é também por isso que as assinaturas têm que mudar de tela. Damos um exemplo, quando você assiste a um filme no seu computador, você vê algumas listras pretas para cima e para baixo, e isso porque os filmes são gravados no formato 1:1 ou 4:3.

É a mesma coisa, por exemplo, no YouTube, os vídeos geralmente são gravados em 16:9, e é por isso que no seu smartphone os vídeos são vistos em tela cheia sem nenhuma tarja preta, além da faixa preta que fica entre a tela e o corpo do aparelho, é claro.

Nem tudo é maravilhoso com este novo formato, pois como qualquer inovação, no início apresenta algumas desvantagens. Este novo rácio não seria menor e tem dois problemas principais. Começaremos falando sobre talvez o mais conhecido.

Como esse novo formato de tela afeta a criação de aplicativos e conteúdos móveis?

Como mencionado antes, Os vídeos do YouTube geralmente são gravados no formato 16:9 e não no 18:9, o que causaria falta de pixels nos dois lados da tela. Como você pôde deduzir, esses pixels não são preenchidos magicamente. O que vai acontecer é que você terá que ver a todo momento algumas pequenas listras pretas em ambos os lados da tela.

Há também outro problema, e é que é provável que veja algo menos informação do que em outras telas um pouco menores, como se compararmos um Galaxy S8 com um Galaxy S7, onde é possível perceber uma pequena perda de informação.

Na verdade, existem alguns conteúdos adaptados para esta nova proporção. Para dar um exemplo, existem algumas séries como “Narcos” ou “House Of Cards” que são adaptadas e você pode assistir ao seriado aproveitando o tamanho máximo da tela. Sim, na Netflix.

Devemos alertar também que isso não é típico, já que a maior parte do conteúdo da Netflix ainda não está adaptada. Isto porque aumentar o tamanho para este formato causaria perda de alguma qualidade, sendo necessário um grande dispêndio em material audiovisual para conseguir esta adaptação.

Em termos de aplicações, o mesmo não acontece, pois, por exemplo, no caso da LG, ela possui um sistema de escalonamento de aplicativos para que possamos usar os aplicativos sem ter que suportar stripes o tempo todo. Isso causa uma perda mínima de informações.

Como adaptar o design de aplicativos e jogos móveis?

Infelizmente nos jogos existe esta escalada, embora faça perder mais algumas informações nas laterais. Enquanto nos jogos do estilo Real Racing 3 ou similares as penalidades não são perceptíveis, no Clash Royale isso pode afetar outra coisa. Por isso é melhor mostrar as listras pretas para jogos, pois pode ficar mais confortável.

A forma de adaptá-lo é simples, ao abrir um jogo e abrir a barra de notificação ou remover os botões de toque, você verá um ícone no canto superior direito, se clicar nele aparecerá uma janela com diversas opções. Se você selecionar tela inteira, o jogo será exibido por completo. Por outro lado, se você selecionar compatibilidade, aparecerão pequenas listras.

No caso dos aplicativos em si também é simples, basta ir até as configurações, tela, dimensionamento dos aplicativos e selecionar o formato de tela que deseja, assim como acontece com os jogos. Devemos indicar que isso só acontece na LG, já que os demais fabricantes possuem outros sistemas de reescalonamento.

Para a imagem para ocupar toda a superfície da tela em aplicativos que permitem tela inteira, é necessário ativar o modo 18:9. O que esta função faz é ampliar a imagem, mas isso pode fazer com que percamos informações nas laterais dependendo das aplicações.

Ter a opção de dimensionamento é apreciado quando se trata de desfrutar de jogos em tela cheia, mas não é uma solução muito intuitiva pois temos que configurá-la aplicativo por aplicativo, e nem tudo tem o efeito esperado. Nesse sentido, o dimensionamento no LG G6 é mais um patch temporário até que haja mais conteúdos adaptados a este formato.

As aplicações do sistema mantêm uma linha bastante Material Design, mas possuem design próprio. Vemos isso em ferramentas nativas como aplicativo de telefone, relógio, notas, gravador de voz e muitos outros. Muito poucos desses aplicativos têm modo de tela inteira, para que a barra de navegação inferior fique visível, embora, de acordo com o aplicativo, seu plano de fundo possa ser transparente.

Esta é uma situação que lembra a chegada dos primeiros televisores 4K: as vantagens do novo padrão de resolução eram claras, o problema é que não havia conteúdo suficiente para aproveitá-lo. No entanto, esta deve ser uma situação temporária. Recentemente soubemos que chegarão mais de 100 aplicativos adaptados e a tendência do mercado a utilização de telemóveis sem moldura fará proliferar os ecrãs mais alongados.

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